quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mário Benante - Director do Liceu Dr. Rui Barcelos da Cunha


Mário Julio Benante (Mazito para os mais próximos) nasceu a 28 de Agosto de 1971 na cidade de Bissau. Estudou em Bachil, numa escola situada no norte do país. Depois de concluir a 4ª classe foi para Pelundo, onde concluiu a 5ª e 6ª classes no internato Saco Vaz, frequentado pelos filhos dos antigos combatentes. Continuou os estudos em Bafatá e em Mores. Depois de ter terminado a 9ª classe, voltou para Bissau, onde concluiu a 11ª classe em 1992. Neste mesmo ano foi recrutado para dar aulas de Educação Visual em Bolama, tendo nessa altura desempenhando também outros cargos, como o de coordenador da disciplina, o de presidente do conselho disciplinar e o de responsável pelos materiais e pelo património. De regresso a Bissau, a partir de 1994, leccionou na escola Justado Vieira, estando em simultâneo a fazer curso médio de contabilidade no CENFA. Continuou a desempenhar vários cargos na escola, nomeadamente o de presidente do conselho técnico.
Em 2006 foi nomeado director da escola Salvador Allende, função que desempenhou até 2008, ano em que passou a ser director do Liceu Dr. Rui Barcelos da Cunha. Estando presentemente a concluir a licenciatura em Contabilidade, é também professor de Contabilidade Introdutória no CENFA.

A: No início do ano lectivo, que desafios e prioridades traçou para o liceu Dr. Rui Barcelos da Cunha?
MB: As prioridades foram melhorar o aspecto da escola e as suas infra-estruturas e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do ensino. Queremos transformar este liceu num dos melhores de Bissau. Arranjámos ou substituímos quadros e carteiras, pintámos os diferentes pavilhões, criámos um balcão de atendimento na secretaria, colocámos caixotes do lixo no recinto escolar, numerámos e identificámos todas as salas e departamentos, melhorámos a sala de professores. Não podemos esquecer o papel do nosso parceiro PASEG, que nos tem ajudado com o projecto Escola Limpa. Há outros objectivos traçados, nomeadamente no que respeita ao saneamento e às casas de banho, mas, por questões financeiras, ainda não conseguimos alcançá-los.

A: O que tem sido feito para melhorar a qualidade de ensino?
MB: Relativamente à qualidade de ensino, neste momento garantimos que a formação administrada pelo PASEG chegue à maior parte dos professores. Existem alguns professores que frequentam os GAP (Grupos de Acompanhamento Pedagógico) e outros que frequentam os CAP (Cursos de Aperfeiçoamento do Português). Para além disso, tentámos diminuir o número de contratados e escolher aqueles que têm formação superior.

A: Quais são os principais problemas que tem enfrentado este ano lectivo?
MB: Assumi a direcção em Setembro de 2008 e o primeiro problema que tive que enfrentar foi o início tardio das aulas. Os professores reivindicavam os seus salários e, devido a esta situação, as aulas ficaram paralisadas durante o primeiro trimestre. Recentemente voltámos a esta circunstância de paralisação das aulas, que continua a ser o nosso principal problema.

A: Acha que este ano lectivo deveria ser considerado nulo?
MB: Quem pode pronunciar-se sobre se este ano lectivo deverá ser considerado nulo é o Governo, embora me pareça impossível isso acontecer. Faremos um esforço para que o ano lectivo decorra até Julho, tentando cobrir cerca de 65% das aulas previstas.

A: Qual é a relação que tem com a comunidade escolar?
MB: Desde que cheguei a este liceu, sempre tive um bom relacionamento com todos os elementos da comunidade escolar. A minha preocupação é a de melhorar as condições de trabalho de todos os funcionários, professores e alunos.

A: E a sua relação com a Oficina em Língua Portuguesa?
MB: Relativamente à Oficina em Língua Portuguesa, a relação é a melhor, pois vejo que os docentes beneficiam de diversos equipamentos e de formação em diferentes áreas, como o Português, a Matemática, a Filosofia, a Física e Química ou a Informática, para além dos muitos cursos dados a alunos. Aliás, não me canso de referir que o PASEG é um dos melhores projectos que temos na área da educação.
Por: Dauda Pires; Ocante Ié;
Telésfora salvador; Abrão Nanque; Midana Sampa

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