quarta-feira, 24 de junho de 2009

Porque é que a política também é para nós?

Justino de Deus Yé

A política é para nós porque somos nós, os cidadãos, que temos que saber o que queremos no futuro e o que não queremos. Temos que nos sensibilizar uns aos outros para nos afastarmos dos principais problemas da nossa sociedade: a droga e a discriminação social, étnica e cultural. A mentalidade tem que mudar, temos que nos unir contra a guerra e contra a violação dos direitos humanos. Cada qual deve ter um papel para pôr em prática, neste esforço comum de desenvolvimento da sociedade.
Uma sociedade sem ordem, onde cada um faz o que quer, sem respeito pela lei e pelo Estado, é uma sociedade caótica. Uma nação é formada por um conjunto de pessoas, é por isso que todos nós temos que pensar e fazer uma reforma moral radical. Se a política é a arte de governar uma nação, devemos nós saber governar-nos a nós mesmos, ser maduros e respeitosos, sem esquecermos que, se não vivermos a política, então a política não existe.

Justino Ampanail

A Guiné-Bissau é um país cheio de paisagens e de recursos naturais que a podem transformar num paraíso da costa ocidental de África. Este país tem terras férteis e pantanosas, boas para a produção agrícola, e tem riquezas marítimas e florestais em grande escala. Pergunto: porque é que a Guiné, com estas propriedades, não assume o seu papel a fim de encontrar o rumo do desenvolvimento? Creio que, se os nossos governantes apostassem na riqueza do país e pensassem no seu desenvolvimento, a Guiné poderia ser aquilo que todos nós esperamos e desejamos.
Porém pensar no desenvolvimento da Guiné é, primeiramente, pensar na educação, que é o sector básico e primordial para o desenvolvimento de um país. Claro que o meu desejo é ver a Guiné com boas condições na saúde e na agricultura, com electricidade e sem problemas de pagamento de salários, mas antes de tudo isso é essencial e primordial a educação. Nós não podemos pensar no desenvolvimento sem termos quadros formados: médicos, engenheiros e todo o tipo de técnicos, que são fruto da educação. Talvez este enorme atraso no progresso do país tenha a ver precisamente com a falta de quadros competentes para pensarem a Guiné.
Os problemas castrenses também contribuem muito e de forma directa para o nosso atraso, coisa que é lamentável. E os guineenses provavelmente não merecem este sacrifício. A Guiné tem muita coisa que a natureza lhe ofereceu e o que nós, de facto, deveríamos estar a fazer era cuidar desta riqueza para o nosso bem comum. Nesta óptica, é preciso pegarmos no nosso orgulho e espírito de patriotismo e começarmos a pensar na utopia da Guiné, transformando-a na mais rica cidade sub-regional. Contraditoriamente, e apesar da crítica situação económica e política do Mundo e em particular de África, os governantes continuam a apostar em argumentos e atitudes políticas que mais parecem propaganda, sem quaisquer objectivos que reflictam a modesta realidade em que vivemos. Na Guiné, a actual situação política em que se vive é completamente alarmante, feita de intrigas, inveja, egoísmo, ganância e vinganças, denegrindo a imagem do nosso país e do nosso povo.
A Guiné não merece este sacrifício todo, não pode continuar nesta situação de intensa conturbação política, com sucessivos actos bárbaros e terroristas porque, ao fim e ao cabo, a população civil é que acaba por pagar tudo isto. Então, talvez o povo guineense tenha que rezar a Deus para que haja verdadeira e duradoura paz e fraternidade entre todos. Vamos esquecer tudo o que passou e vamos unir-nos para edificar um elo único, olhando para o futuro da Guiné, preparando assim uma fortuna para a geração vindoura.

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu OCANTE ANTONIO IÉ fico muito agradavel com o comentario de justino ampanail acerca da politica relacionada com guine bissau , espero que ele continua a dar a sua maxima contribuição se foi preciso. obrigado.

Anónimo disse...

Os justinos fizeram um comentario muito brilhante acerca da politica:em primeiro fez referencia acerca de nos mesmos de sermos policcois educados e respeitosos.
joao ernesto gomes.